A BUBALINOCULTURA E SEUS IMPACTOS
A atividade bubalina é um dos agravantes do aumento dos impactos ambientais no Amapá e no Brasil por utilizar uma grande área para a pastagem e manejo, podendo ser de qualquer categoria como: terra firme, várzea, áreas alagadas, campos inundáveis, entre outros. Causa grandes impactos na estrutura e composição do solo, deteriorando a paisagem da localidade onde a atividade é exercida, contribui, também, para a emissão de gases que aumentam o efeito estufa e impactam recursos hídricos, no caso da criação de búfalos em áreas de várzea ou campos inundáveis.
A região Amazônica, assim como o Amapá, é caracterizada pela existência de uma biodiversidade resultante de variadas relações de fatores ambientais, como: característica de solos, clima e diversidade de fauna e flora, o equilíbrio entre esses fatores imprime um caráter de fragilidade a este ecossistema, quando usado para fins agropecuários.
Os bubalinos são os animais mais utilizados na Amazônia por se adaptar a quase qualquer tipo de ambiente, por conta de algumas características naturais do animal.
Os impactos que as atividades bubalinas causam nos recursos hídricos estão também relacionados aos impactos causados no solo, que juntos se integram aos problemas ambientais existentes onde se observa a atividade bubalina.
No solo, os principais impactos são a sua compactação, que faz com que diminua a infiltração da água e aumente o escoamento superficial, a criação de buracos e canais provocados pelos búfalos acumulando lama e resíduos, a perda de nutrientes e porções resultando em deslocamento desse material, causando assoreamento e aceleração do processo de drenagem, pois na criação de canais os búfalos acabam direcionando as águas acelerando o surgimento de pastagens nativas, contudo ocorre um progressivo enfraquecimento das mesmas, propiciando o surgimento de plantas invasoras, comprometendo a própria atividade e agravando problemas ambientais e sociais.
Outro ponto de destaque é o acumulo de fezes e urina nas águas, aumentando a poluição, o excesso de turbidez e redução do nível de oxigênio, que não trazem só prejuízos para os recursos hídricos como também compromete a qualidade e quantidade do pescado, além de ocasionar doenças de veiculação hídrica, compromete a diversidade e causar outros danos ambientais, devido a possibilidade de destruição de vegetação e de áreas de reprodução de espécies.
POSSÍVEIS MEDIDAS MITIGADORAS
É complexo determinar uma medida mitigadora apara amenizar os impactos gerados pela atividade bubalina, pois esta atividade gera renda e faz parte do PIB (Produto Interno Bruto) de diversos Estados da Federação, assim como no Amapá, sendo uma das atividades mais utilizadas no Estado, porem, esta razão não é fator chave para que nada seja feito, pois as consequências dessa atividade gera inúmeros impactos ao meio ambiente, sendo que, se for esperar o ambiente se degradar por inteiro para reabilita-lo ou recupera-lo isto não será possível.
A mitigação esta ligada ao manejo da atividade, em determinar limites para a criação e zoneamento da área de efeito e medidas técnicas que diminuam os impactos gerados como corredores que determinam por onde os animais trafegaram, diminuindo a área de impacto, criação de medidas estruturais para drenagem da água redirecionada, a fiscalização por parte do poder público e a padronização da atividade, no que diz respeito a medidas preventivas e de manejo.
CONSIDERAÇÕES
São diversos os impactos diretos e indiretos causados pela atividade bubalina nos recursos hídricos, proveniente das características do animal que se adapta melhor em condições de várzea e de campos de inundação, contribuindo para criação de canais, aceleração da drenagem, descaracterização da água e contaminação, são os problemas já esperados pela atividade e mesmo sendo esta uma atividade bastante impactante é uma das mais exercidas no Estado. O controle é a medida ideal para mitigar esses efeitos, por meio de manejo e definição de diretrizes que direcionem a atividade.
Autor
Elizeu Vasconcelos
Consultor Ambiental