Introdução
As atividades antrópicas sempre geram alguma espécie de resíduos, e eles são negativas, pois ocupam áreas que poderiam ter finalidades mais nobres, têm grande potencial de poluição do solo, águas e ar, e representam perdas na eficiência do processo produtivo.
O destino final dos resíduos sólidos gera grande preocupação com o meio ambiente e vem enfrentando cada vez mais imposições legais, além da vigilância maior da população e empresários, com o aumento da conscientização em relação as questões ambientais.
Uma alternativa para mitigar a poluição advinda dos aterros de resíduos sólidos é através do tratamento dos efluentes gerados, sendo aqui abordada a poluição por efluentes líquidos, que têm origem na decomposição dos resíduos e que podem infiltrar e contaminar o solo e as águas, podendo essa poluição ser potencializada pela precipitação.
Tratamento dos efluentes líquidos em aterros sanitários
Antes de iniciar o tratamento é fundamental caracterizar o efluente gerado no processo de decomposição, esse percolado pode apresentar diversas multiplicidades de faces, na qual podem variar drasticamente de acordo com a idade do aterro. Alguns parâmetros a serem considerados são: pH, alcalinidade, DQO, DBO, metais, compostos orgânicos, dentre outros.
Os principais tipos de tratamentos empregados no tratamento de efluentes líquidos gerados em aterros são o físico-químico e biológico.
Os tratamentos físico-químicos mais comuns ocorrem por meio de flotação, adsorção, oxidação química e coagulação/floculação, na qual se busca reduzir a quantidade de sólidos totais, coloides, matéria flutuante, cor e componentes tóxicos e outras características físico-químicas que prejudicam a qualidade do efluente, na qual não pode ser disposto no ambiente sem esse tratamento.
O tratamento biológico pode acontecer de forma aeróbia e anaeróbia, o tratamento aeróbio visa reduzir os componentes orgânicos biodegradáveis e inibir a formação de amônia. Os tipos de tratamento através de modelos anaeróbios podem ocorrer em lagoas aeradas, lodos ativados, reatores intermitentes, biofiltros e biorreatores de membrana.
O tratamento anaeróbio é indicado para efluentes com alta carga de matéria orgânica e ocorre através da digestão anaeróbia, por exemplo, em lagoas anaeróbias e reatores UASB, podendo ser utilizada a recirculação do lixiviado para reduzir o tempo da estabilização da matéria orgânica dentro do reator.
Considerações
Foi apresentado uma breve introdução dos mecanismos mais usuais de tratamento de efluentes líquidos oriundos de aterros sanitários, é importante ressaltar que esses processos de tratamento estão bem sucintos, pois sua abordagem requer uma gama de explicações profundas, devido as características que cada tecnologia de tratamento apresenta.
Sendo que, cada tipo de tratamento físico-químico apresenta peculiaridades e metodologias diferentes, como por exemplo, no processo de flotação o objetivo é capturar as partículas na superfície do tanque de tratamento, e é aplicado a partículas relativamente menores, e o tratamento de coagulação/floculação visa formar grandes partículas a fim remove-las através da precipitação.
Outra informação é que esses processos de tratamento também são aplicados a outros tipos de efluentes líquidos, como esgoto doméstico, efluentes industriais e até no tratamento de água para abastecimento.
A aplicação individual desses métodos pode não gerar um resultado positivo, sendo necessário, muitas das vezes, a aplicação combinada dessas metodologias, como métodos anaeróbios seguidos de aeróbios, coagulação/floculação seguido de precipitação e o uso de métodos de desinfecção para eliminação de patógenos.
A escolha do(s) método(s) vai depender das características do composto a ser tratado podendo, de acordo com o a substância, serem adotadas medidas e formatos diferentes de tratamento.
Esse é um assunto bem diversificado e futuramente serão abordados de formas mais detalhadas esses processos de tratamento bem como a destinação final desses efluentes, que é razão para a existência dos tratamentos, que envolvem questões legais e ambientais.
Autor
Elizeu Vasconcelos
Consultor Ambiental